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Momento de Poesia: Soneto dos donativos

Soneto dos donativos

Cristo morreu há mil e tantos anos;
Foi descido da cruz, logo enterrado;
E ainda assim de pedir não tem cessado
Para o sepulcro dele os franciscanos!

Tornou a ressurgir dentre os humanos;
Subiu da terra ao céu, lá está sentado;
E à saúde dele sepultado
Comem à nossa custa estes maganos:

Cuidam os que lhes dão a sua esmola
Que ela se gasta na função mais pia...
Quanto vos enganais, oh gente tola!

O altar mor com dois cotos se alumia:
E o fradinho co'a puta, que o consola,
Gasta de noite o que lhe dais de dia.

Francisco Manoel do Nascimento - Obra poética

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